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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Soneto à Pandora.







Nas esferas incógnitas que abrigam a solidão,
Onde toda luz é névoa e todo choro é de sofreguidão,
Passam esparsas as imagens doutra aurora
Trazendo em seu ciclo o vir e voltar de Pandora.

Passam febris sutis ardis seus olhares e suspiros,
Passam letais fatais mortais o fim de seus risos.
Passam saudosos melancólicos bucólicos as formas de teu olhar,
Passam tristes vazios e sozinhos os que não podem te acompanhar.

Pandora vai, vem e volta na ponta do tempo
Sem medo de cair
Traz sorrindo em seu alento, a vontade de sorrir.

De Pandora nada escapa,
Tudo cabe em sua pena,
Sua alma tão grande, sua forma, tão pequena.

Deletério e delírios quantos não passam em teu ser
Pandora teme nada, nem o medo de crescer.
Mas tão grande já é, para onde ainda vais?
Para além, acima de nossos olhos, meros mortais.

E as misérias em tua caixa? Deixaste para trás?
Nada, traze-as consigo, ensina uma vez mais.
Ensina Pandora como fazer muito escrevendo pouco.
Ensina Pandora como ver tudo de um oco.

De misérias e vicissitudes sabes bem.
Conhece o coração dos teus.
Como ninguém.

Mas inda trás em ti um tino
Que escapa nas letras,
Poderoso tom de teu fascínio.







P.S.: Homenagem maravilhosa que recebi de minha amora
Obrigada Nê

                                                                                 Vanessa Oliveira




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